10 de ago. de 2012

Maria e Beatriz

                Havia naquela noite dentro de mim um desejo de ver Maria e ver Beatriz.
                Desejo que começava no estômago e subia até a garganta, coçava minha língua me obrigando a dizer seus nomes, e até onde eu pude perceber, estava em todo o meu corpo.
                Pensei primeiro em Maria, depois em Beatriz, era uma seqüência lógica, mas que vinha do coração.
                Então fui ver Maria e também vi Beatriz, elas estavam juntas e juntas olharam para mim.
                Elas me contaram que naquela noite, dentro de cada uma, um desejo crescia.
                E foi o sorriso de Maria o primeiro que eu vi, depois veio o beijo de Beatriz e seus dedos entre meus cabelos, e veio o abraço que meu corpo só queria.
                E agora, os desejos somados, eram três desejos mágicos, como se fossem os únicos e os últimos que nos fora concedido.
                Falamos a noite toda de como falar era bom. Havia essa coisa estranha e íntima que nos aproximava tão fortemente.
                Foram risos e gargalhadas, mãos e pele, olhares tímidos, depois ternos, depois tensos, depois tesos.
                Fui eu ou foram elas? Não sei bem ao certo quem disse primeiro, quem primeiro sorriu mais alto, quem primeiro lançou aquele olhar, quem primeiro se entregou.
                Para nós três, havia naquela noite, algo mais que o simples desejo de matar o tempo, queríamos matar a saudade, o desejo, o chamado. E crescia a vontade de se tocar, deixar que as coisas naturalmente fossem acontecendo.
                Maria era linda, e Beatriz tão bela quanto aquela noite.
                E tudo que nenhuma palavra pode dizer, marcou nosso encontro.
                Faz muito tempo, mas já é noite e estou sentindo dentro de mim um desejo...

Um comentário:

VICIADOS EM CAFÉ disse...

Seria isso um sonho lúbrico?
Súcubos?